X Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEG

4º Cepe | É preciso idealismo, diz professor, sobre editor de publicação científica

19/10/2017

 

O editor de publicação científica precisa ser um idealista. A afirmação foi feita no início da tarde desta quarta-feira, 18, pelo professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Sigmar de Mello Rode, no curso Desafios da Publicação Científica. O curso faz parte da programação paralela do 4º Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás (Cepe|UEG), que segue até sexta-feira, 20, no Câmpus Pirenópolis.

“A gente faz por puro diletantismo”, acrescentou Sigmar Rode, que é doutor em Odontologia, ex-editor científico da Brazilian Oral Reseach e presidente da Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec). No auditório do câmpus, ele ressaltou que, diferentemente da maioria dos editores internacionais – muito bem remunerados – o editor brasileiro não recebe pela função e ainda tem de manter suas outras atividades nas instituições.

O professor falou também da necessidade de melhorar a qualidade das publicações científicas e das revistas brasileiras. Ele citou uma reportagem da Folha de S. Paulo, publicada na semana passada, segundo a qual o Brasil se mantém em 13º no ranking de publicações científicas desde 2013. “Mas quando a gente fala de citações científicas, que é o reconhecimento, pelas academias, dos trabalhos produzidos, o Brasil está muito mal”.

Fator de impacto
Sigmar Rode acredita que esse quadro é resultado da exigência, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Pessoal (Capes), de um alto número de publicações de artigos, para continuar financiando pesquisas. Dessa forma, explica, para conseguirem manter a produção, muitos ‘fatiam’ suas pesquisas e publicam em revistas de baixo fator de impacto. “Temos poucos trabalhos publicados em revistas com bom fator de impacto”, garantiu.

Outra constatação do professor é a drástica redução do número de revistas nacionais. “Ninguém quer publicar em revistas brasileiras, pois a Capes não valoriza essas revistas”, criticou, novamente, conclamando a um esforço conjunto para mudar esse quadro. “Precisamos reerguer as revistas nacionais, para que sejam reconhecidas internacionalmente”, disse. E avisou: “Se não tivermos um estímulo, uma indução da Capes, para melhorar a qualidade das revistas brasileiras, para os próprios brasileiros publicarem, essas revistas vão morrer”.

Nesta quinta-feira, 19, será ministrado o minicurso de Editoração Científica, também dentro da programação paralela do 4º Cepe.

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(José Carlos Araújo | CeCom|UEG)